Impacto do Aumento do IOF em Remessas Internacionais e Como Reduzir Custos Legalmente

Impacto do Aumento do IOF em Remessas Internacionais e Como Reduzir Custos Legalmente

Impacto do Aumento do IOF em Remessas Internacionais e Como Reduzir Custos Legalmente

Impacto do Aumento do IOF em Remessas Internacionais e Como Reduzir Custos Legalmente

Recentemente, o governo brasileiro implementou um aumento significativo no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para diversas operações de remessa internacional de dinheiro. Essa mudança, que ocorreu “do dia para a noite”, dificulta a vida de quem viaja, faz compras no exterior ou busca diversificar seu patrimônio investindo em dólar.

Entenda as Mudanças no IOF:

O IOF sobre operações internacionais foi ajustado da seguinte forma:

  • Troca de dinheiro em casa de câmbio (papel-moeda): A alíquota subiu de 1,1% para 3,5%, um aumento de 218%.
  • Uso de cartão de crédito brasileiro no exterior: A alíquota, que já era alta, passou de 3,38% para 3,5%. Além do IOF, os bancos costumam cobrar spreads cambiais elevados (5% a 7%).
  • Remessas para contas bancárias no exterior (Ex: Nomad, Avenue, Inter, C6, BTG, XP): A alíquota aumentou de 1,1% para 3,5%, outro salto de 218%. Embora ainda mais vantajoso que o cartão de crédito brasileiro (devido a spreads menores, geralmente de 1% a 2%), o custo aumentou.
  • Remessas para contas de investimento no exterior: A alíquota passou de 0,38% para 1,1%, um aumento de 189%.

Se o objetivo do governo é dificultar, a boa notícia é que existem estratégias totalmente dentro da lei para contornar esses aumentos.

Estratégia 1: Utilize Sua Conta de Investimentos no Exterior para Viagens e Compras

Para quem vai viajar ou fazer compras online em sites internacionais e quer evitar o IOF de 3,5% sobre as contas bancárias no exterior, há uma forma de pagar apenas 1,1%.

Como funciona:

  1. Envie dinheiro para sua conta de investimentos no exterior: Em vez de mandar diretamente para a conta bancária, transfira seus reais para sua conta de investimentos. O IOF cobrado será de 1,1%.
  2. Invista o dinheiro em algo seguro: Como a conta de investimentos tem finalidade de investimento, você precisa alocar o dinheiro. Escolha um investimento de renda fixa e baixa volatilidade, como um ETF que investe em títulos públicos pós-fixados (o vídeo cita o TFLO como exemplo, similar ao Tesouro Selic no Brasil). Isso garante que seu capital não oscile e esteja disponível quando precisar.
  3. Mantenha o investimento por no mínimo 5 dias: Essa é a orientação da maioria das instituições que oferecem contas de investimento e bancárias no exterior.
  4. Resgate o investimento: Após o período mínimo, faça o resgate.
  5. Transfira para a conta bancária no exterior: Com o dinheiro liberado na sua conta de investimentos, transfira-o para sua conta bancária no exterior. Essa transferência interna não gera um novo IOF.
  6. Use o dinheiro: Agora você pode usar o dinheiro na sua viagem, com seu cartão de débito internacional ou sacando em caixas eletrônicos, tendo pago um IOF de apenas 1,1% em vez de 3,5%.

Importante: Essa estratégia requer planejamento. Programe-se com pelo menos duas semanas de antecedência para garantir que todas as etapas de transferência e investimento sejam concluídas a tempo.

Estratégia 2: O Dólar Digital (Stablecoins) – Para Investidores Mais Avançados

Para quem tem familiaridade com o mercado de criptomoedas, existe uma alternativa que permite evitar o IOF completamente: as stablecoins, também conhecidas como “dólar digital”.

Como funciona:

  1. Compre stablecoins atreladas ao dólar: As mais conhecidas são a USDC e a USDT. Elas são criptomoedas que têm seu valor atrelado ao dólar americano (1 dólar digital = 1 dólar americano), com lastro em dólares reais, auditado por empresas sérias.
  2. IOF Zero na Compra: Ao comprar stablecoins em uma exchange (corretora de criptomoedas), você não paga IOF, apenas uma pequena taxa operacional da corretora.
  3. Gere Rendimentos (Staking): Algumas exchanges permitem que você faça “staking” com o dólar digital, gerando uma rentabilidade anual (próxima à taxa de juros americana atual, cerca de 4% ao ano, conforme o vídeo).
  4. Uso para Gastos (com ressalvas): É possível usar stablecoins para gastos em viagens, mas é mais complexo. Algumas exchanges oferecem cartões que convertem cripto para a moeda local no momento da compra. Ou você pode transferir para uma carteira (wallet) que aceite pagamentos ou de onde você possa converter para uma conta bancária em moeda local (o que pode gerar taxas adicionais por movimentação).

Atenção: O governo e o Banco Central estão atentos a essa estratégia e já existem discussões sobre elevar a tributação ou regular a movimentação de criptomoedas para o exterior, visando compensar a alta do IOF. A segurança jurídica pode não ser a mesma das operações tradicionais. Portanto, esta é uma opção para investidores mais avançados e cientes dos riscos e da possível futura regulamentação.


Planejar suas operações financeiras internacionais com antecedência e escolher a estratégia certa pode fazer uma grande diferença nos custos finais, especialmente em valores mais altos.

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